
“Tu é o ar que eu respiro”. “Sem ti não sei viver”. “Tu é toda a minha vida”. “Não sei viver sem ti”.
Romântico, né? Parece. Mas só parece.
Crescemos ouvindo as frases acima em canções e filmes. Aprendemos que o amor que vale é o romântico (sofredor e inalcançável) e que ele sempre vai trazer dor consigo:” amar é sofrer”. Acreditamos que amar de verdade é ser muito intenso: temos que amar muito; dar muito, isso pra não dizer, tudo.
Quando na verdade, temos apenas que amar. Porque não há medida para o amor, simplesmente pelo fato de que cada um de nós ama de forma particular. Assim, a coisa é simples ou amamos ou não amamos.
Quem quer dar medida para o amor não o conhece.
O amor é.
O amor não muda suas características. Não é grande ou pequeno, muito intenso ou pouco intenso.
O amor é.
-Mas, Clarice, tudo isso que eu sinto o quê é?
-Pode ser paixão, desejo, dependência afetiva ou medo. Mas não é amor.
Quando falamos de relacionamentos abusivos esse conceito torna-se fundamental. Porque a cura para esse tipo de relacionamento se inicia por reconhecermos o que é e o que não é amor.
Muito se fala sobre abuso e violência contra a mulher. E essa violência tem várias faces. Percebemos muito bem a violência física. Já outras como a psíquica e financeira nem tanto, para observá-las é necessário estar muito perto do casal e muitas vezes, fazer parte dele.
-Tá bem, Clarice, e o que é o amor então?
-Para responder vou parafrasear Roberto Shinyashiki:
“Amor é admiração, amor é aceitação, amor é confiança”.
Se tu está sofrendo por amor. Mas eu falo de sofrimento desesperada. Não é “poca coisa, não“, então esse post é pra ti.
Alguém já deve ter te falado que tu tens baixa autoestima e blá, blá, blá. Bem, isso pode ser verdade, mas não vem ao caso agora. O que eu quero é te ajudar a sair o mais rápido dessa armadilha.
Entenda que de uma vez por todas que:
- se ele não vem é porque não quer vir;
- o único ser vivo responsável pela tua felicidade e prazer é tu mesma; acreditar no contrário é procurar o desastre;
- se tu necessita exclusivamente do outro pra te sentir feliz: já começou mal;
- quem ama cuida. Se, rotineiramente, ele te trata mal( grita, xinga, despreza) te chama de inútil, feia ou qualquer outra coisa que faz tu ficar miudinha: ele ele não te ama;
- E o mais imprtante: coisas ruins te acontecem porque tu permite.
-O que tu tá falando, sua loca!? Clarice, tu tá dizendo que quem é abusado tem culpa de ser a vítima? –
Eu te respondo.
-Olha culpa não, mas responsabilidade sim. O abusador sempre procura quem lhe dá permissão para abusar. Entre um e outro forma-se uma relação simbiótica( um não existe sem o outro). Uma vez se escreveu que o que “acontece entre dois nunca é responsabilidade só de um”. É fundamental dar-se conta e assumir sua parte, porque só assim podemos mudar o rumo da nossa história. Se negamos isso, e seguimos só olhando para o sofrimento que nos causam, acabamos por deixar um abusador e caindo nas garras de outro. Mas se percebemos qual a nossa contribuição para o que nos acontece podemos dar um basta e escrever uma nova história. O poder é teu se assim tu decidir. Saiba que tu pode tudo que tu desejar. Inclusive um amor respeitoso e equilibrado.
E tudo começa com um grande NÃO.
Diga pra si mesma:
- NÃO permito ser um estepe;
- NÃO aceito ser a número dois;
- NÃO permito agressões de qualquer tipo;
- NÃO aceito dar e não receber nada em troca;
- NÃO permito ser desvalorizada;
Isso porque:
- eu tenho valor;
- eu mereço o melhor;
- eu tenho direito à reciprocidade ; se dou amor quero amor, se dou prazer quero prazer, se sou fiel, quero fidelidade;
- eu sou livre para viver minha identidade, meus valores;
Minha amiga, pra esse tipo de armadilha em que tu está o melhor é não entrar. Mas se entrou vamos dar um jeito de sair.
Vamos lá, guria linda! Reflete no que eu escrevi e sai dela agora. Se ele for muito difícil sair, tu vai precisar de ajuda. Então grita alto pedindo por socorro que ele virá. Tenha fé.
Olá amiga… muito interessante e esclarecedor o texto… abraços
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Muito bom, Clarice. Como existem mulheres e homens também em relacionamentos abusivos ou já agonizantes e que não conseguem se desvencilhar dessa situação.
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