Sabe, percebi que a autoaceitação e a independência da aprovação do outro são fonte de bem-estar. Mas é algo que se aprende com dificuldade e devagar porque comparar-se e ter altas expectativas é quase inevitável.
Quem não quer o melhor? E que mal há em querer mais? Acho que nenhum.
Sabe, desejar o que há de superior me impulsiona. O desafio me faz sentir viva, aumenta minha energia e me faz voar alto. Ah! E fico imaginando como seria bom sempre ver tudo do alto. Estar no topo do mundo, da profissão, da beleza, da vida.
Porém, conquistar meus sonhos exige esforço e dedicação incessantes.
Então,muitas vezes, me vejo num redemoinho, correndo atrás do que deveria ser ou ter.
Parecer mais jovem, mais magra, mais feliz.
Sinto que esta sensação de “ter que” me fragiliza e me torna dependente do olhar alheio. E ainda pior; faz com que minha autocrítica aumente e aumente. Quanto mais ela cresce mais diminui minha autoaceitação. Me vejo invadida pela sensação de ser menos. Elogios não me enchem de alegria, porque não me sinto merecedora e passo a diminuir a importância de minhas conquistas.
E os fracassos e faltas… Ah! Esses são a confirmação de minha incompetência. Quanta vergonha! Como não vi, como não fiz. E então começo a ter pena de mim mesma. Como valho pouco!
Valho pouco!? É mesmo? Será que estou vendo com as lentes certas?
Corrigindo as lentes, consigo aceitar-me e saber que não é preciso perfeição para ser feliz.
Olhar e comemorar minhas conquistas. Fico contente por estar caminhando na direção certa hoje. Amanhã… sei lá. Mas agora está tão bom! Venho conseguindo dar cada um dos passos que me propus, sinto minha respiração e cada fibra do o meu corpo e isso é bom. Saí de casa, vi gente, troquei sorrisos…e olhares. Estar cada vez mais perto do meu objetivo é uma vitória. E assim, tenho tanto pra comemorar.
Tudo vai se transformando em gratidão. Finalmente percebo a graça.
Ainda tenho muito que caminhar mas estou tão satisfeita com o que conquistei até aqui.
Consigo ver minhas qualidades desta forma, quando penso que não mereço algo bom, lembro de tudo que passei pra chegar onde estou
Então, valido, por mim mesma, o lugar que ocupo. Olho meus defeitos não como uma catástrofe mas apenas como pontos a melhorar e, minhas qualidades como talismã que afasta a necessidade sufocante da aprovação alheia. Me aceito.
Vou me tratando como trato minha melhor amiga: com carinho e compreensão.
Sabe, estou, finalmente, aprendendo a me amar.